Washington, 8 fev (EFE).- O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, garantiu nesta quinta-feira que há "um compromisso real" para aprovar um acordo migratório que ofereça uma solução permanente para os jovens imigrantes irregulares conhecidos como "dreamers" (sonhadores, em tradução livre), mas que isto vai acontecer depois que houver um acordo sobre o orçamento.
"Queremos uma solução para o DACA", disse Ryan em sua entrevista coletiva semanal, em referência ao programa que protege os "dreamers" da deportação promovido pelo ex-presidente Barack Obama e que o atual mandatário, Donald Trump, pretende encerrar até 5 de março no máximo.
"Levaremos uma solução ao plenário, uma que o presidente sancione", insistiu o líder republicano, ao se referir aos pedidos do magnata sobre o conteúdo da lei migratória, para a qual ele pede mais recursos para a segurança fronteiriça e verbas para a construção do muro na fronteira com o México.
Ryan, não obstante, se mostrou otimista sobre as perspectivas do acordo orçamentário, que até esta semana ficou emperrado pela falta de consenso sobre o plano migratório, que os democratas queriam vincular à lei orçamentária como forma de pressão por sua aprovação.
Por outro lado, os líderes do Senado, o republicano Mitch McConnell e o democrata Chuck Schumer, alcançaram ontem um "grande acordo orçamentário" que dotaria o governo federal com recursos durante os próximos dois anos fiscais, aumentando os gastos militares e também outros não relacionados com defesa.
Espera-se que o Senado vote hoje esse texto sem maiores problemas. Depois, o mesmo será enviado à Câmara dos Representantes, com o objetivo de evitar uma paralisação parcial administrativa, já que os recursos atuais expiram à meia-noite de hoje no horário de Washington.
A líder da minoria democrata na Câmara, Nancy Pelosi, passou mais de oito horas discursando ontem no plenário sobre a urgência de se aprovar uma solução para os jovens imigrantes, batendo o recorde de duração de um discurso nesta casa legislativa.
Pelosi queria o comprometimento do próprio Ryan para submeter à votação um texto sobre a questão migratória, já que, em 2013, a Câmara dos Representantes se negou a levar ao plenário um projeto de lei de reforma migratória que contava com os votos para ser aprovado e que obteve sinal verde do Senado.