PARIS (Reuters) - O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse nesta segunda-feira que está aberto a um encontro com o líder norte-americano, Donald Trump, na Organização das Nações Unidas (ONU) no final deste mês, apesar de expressar o temor de que os Estados Unidos realizem uma intervenção militar em seu país.
Mais de 300 pessoas foram mortas e 2 mil ficaram feridas na repressão da polícia da Nicarágua e de grupos armados a protestos que começaram em abril, provocados por um plano abortado pelo governo de esquerda de Ortega de reduzir a assistência social.
No dia 5 de setembro os EUA declararam os tumultos civis nicaraguenses uma ameaça à segurança da região, dizendo que a repressão do governo às manifestações criava o risco de causar um deslocamento maciço de pessoas semelhante ao da Venezuela ou da Síria.
"Estamos ameaçados", disse Ortega à France 24 TV em uma entrevista transmitida nesta segunda-feira. "Não podemos descartar nada no que diz respeito aos EUA. Não podemos descartar uma intervenção militar", disse.
Uma cópia prévia da entrevista foi fornecida à Reuters pelo canal de TV.
Nenhuma autoridade do governo norte-americano estava disponível de imediato para responder aos comentários de Ortega.