SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento à Justiça Federal do Paraná nesta quarta-feira após ter sido arrolado como testemunha de defesa do deputado cassado Eduardo Cunha, em processo decorrente da operação Lava Jato.
Foi a primeira vez que Lula depôs perante o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em primeiro instância. O depoimento aconteceu no prédio da Justiça Federal de São Bernardo do Campo, através de videoconferência, e girou em torno do processo de nomeação para cargos na Petrobras (SA:PETR4), segundo nota divulgada pela assessoria do ex-presidente.
Cunha, que está preso em Curitiba desde 19 de outubro, também participou da sessão após ter sido conduzido pela policia à Justiça Federal. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Lula disse que não tinha conhecimento sobre o processo de nomeação de cargos para a estatal, uma vez que eram os partidos que compunham a base aliada do governo, como PP, PT e PMDB que indicavam pessoas aos postos. O ex-presidente respondeu a todos os questionamentos feitos durante a audiência e deixou o local sem falar com a imprensa, ainda segundo a nota divulgada no site do ex-presidente.
Os advogados de Lula têm reiteradamente criticado Moro, que julgará um caso em que o ex-presidente é réu na Lava Jato acusado de receber vantagens indevidas da empreiteira OAS por meio de um tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e do pagamento de despesas de armazenagem de seus bens pessoais.
A defesa do ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Moro não tem imparcialidade para julgar Lula. Eles também criticam os procuradores da força-tarefa da Lava Jato e dizem que Lula é alvo de perseguição política.
(Por Natália Scalzaretto)