(Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira ser alvo de perseguição política por conta das acusações que enfrenta na Justiça, mas afirmou confiar nas instituições brasileiras e que, por isso, vencerá no final.
Lula fez uma declaração por videoconferência durante uma entrevista coletiva nesta quarta-feira realizada por seus advogados no Clube de Imprensa de Genebra, onde entraram com uma reclamação junto à Organização das Nações Unidas (ONU) contra o que afirmam ser violações dos direitos humanos do ex-presidente.
"Hoje, estranhamento, eu estou sendo vítima não de um processo jurídico... mas de uma perseguição política", disse Lula no vídeo.
"Estão tentando criminalizar o PT e, ao mesmo tempo, tentando evitar que eu tenha condições de ser candidato em 2018", acrescentou o ex-presidente, que disse que o processo contra ele é de "mentiras, mentiras, mentiras".
Lula é réu em três ações penais, duas ligadas à operação Lava Jato e uma à operação Janus.
O processo da Janus corre na Justiça Federal do Distrito Federal, assim como a ação penal em que Lula é acusado de tentar obstruir as investigações da Lava Jato. O terceiro processo corre na Justiça Federal do Paraná, sob o juiz Sérgio Moro, alvo de duras críticas do ex-presidente e de seus advogados na entrevista coletiva em Genebra.
Lula disse ser vítima de um "conluio entre a mídia, setores da Polícia Federal e setores do Ministério Público" que ele disse ter o apoio de "um juiz", numa referência a Moro sem citar diretamente o nome do magistrado.
Na segunda-feira começam as primeiras audiências de testemunhas de acusação no processo contra Lula em Curitiba, entre elas o ex-senador Delcídio do Amaral, ex-aliado que tem acusado o ex-presidente de ter conhecimento das irregularidades na Petrobras (SA:PETR4) apuradas pela Lava Jato.
Lula nega as acusações e disse nesta quarta ter confiança nas instituições brasileiras, entre elas o Judiciário.
"A justiça prevalecerá e nos vamos ganhar", afirmou.
(Por Eduardo Simões)