SÃO PAULO (Reuters) - Líderes das principais centrais sindicais do Brasil veem a greve geral desta sexta-feira como um ponto de partida para negociações com o governo e o Congresso que possam garantir uma "reforma civilizada".
A avaliação das lideranças é de que a paralisação permitirá aos sindicatos reunirem-se com o presidente Michel Temer, senadores e deputados para melhor negociar os termos das reformas trabalhistas e da Previdência, alvo dos protestos desta sexta-feira.
"O recado foi dado. O governo agora terá oportunidade de abrir negociações para fazer uma reforma justa e civilizada", disse a jornalistas o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, presidente da Força Sindical.
Ele estimou em mais de 40 milhões de pessoas a adesão à greve geral. Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, não apresentou uma cifra, dizendo que todos participaram da paralisação e que números são divulgados apenas para greves de categorias.
As centrais sindicais alegam que as reformas vão tirar direitos e prejudicar os trabalhadores, enquanto o governo defende que as medidas são fundamentais para a recuperação econômica do país e geração de empregos.
Segundo os sindicalistas, ainda não há nenhuma reunião marcada, mas a expectativa é ir a Brasília para negociar com congressistas ao longo das próximas duas semanas.
"Não para aqui. Vamos ocupar Brasília para que o Congresso não vote as reformas e vamos fazer mais greves se for necessário", disse Freitas.
(Reportagem de Laís Martins)