MADRI (Reuters) - A Espanha considerou absurdas as sugestões de que o separatista catalão Carles Puigdemont poderia liderar a região a partir do exílio se for eleito presidente pelo novo Parlamento catalão e disse que, se ele for escolhido, Madri manterá o controle central direto.
Puigdemont fugiu para Bruxelas em outubro depois de o primeiro-ministro Mariano Rajoy tê-lo destituído da liderança da Catalunha por ter declarado a independência da região após um referendo ilegal. Ele enfrentará a prisão e provavelmente passará décadas na cadeia se voltar à Espanha.
Apenas alguns dias antes de o Parlamento catalão se reunir para eleger um novo governo regional, separatistas disseram que Puigdemont era seu candidato para liderar a região novamente. Eles estão explorando a possibilidade de que ele consiga fazê-lo via vídeo a partir de Bruxelas.
Mas Rajoy, em um discurso na sede do Partido Popular, de centro-direita, em Madri, ridicularizou a ideia e o próprio corpo jurídico do Parlamento catalão disse que isso não era possível sem uma mudança na lei.
“É absurdo que alguém possa querer ser presidente do governo regional da Catalunha sendo um fugitivo em Bruxelas, é uma questão de bom senso”, disse Rajoy.
Se Puigdemont tentar participar da votação parlamentar para uma nova liderança na região a partir de Bruxelas, o governo espanhol contestará sua participação imediatamente nos tribunais, disse ele.
Rajoy disse que se Puigdemont for reeleito, os poderes constitucionais evocados pelo governo em outubro para impor um controle direto na região continuarão a valer.
(Reportagem de Sonya Dowsett)