BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira que trabalha para evitar que a pressão de categorias modifique o texto do relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
Moreira ainda deve apresentar, provavelmente na terça-feira, uma complementação de voto e a ideia do presidente da Câmara é preservar o máximo possível desse texto na votaçõe na comissão especial na próxima semana, de modo a manter a meta de economia em dez anos da proposta próxima a 1 trilhão de reais.
“Vamos trabalhar para que a comissão mantenha o texto do relator para que a gente não tenha nenhum tipo de problema ou um destaque que tire economia”, disse Maia a jornalistas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
“A gente está tendo uma pressão final aí de algumas categorias”, apontou, acrescentando que “às vezes uma vitória hoje de alguma categoria vai ser uma derrota amanhã”, argumentando que pode haver problema com o pagamento de servidores, caso não ocorra uma reestruração do sistema previdenciário.
A reforma da Previdência sofreu um atraso em sua tramitação nesta semana para que os envolvidos na discussão tentem nesses últimos dias um acordo para estender as novas regras previdenciárias a Estados e municípios.
A leitura da complementação de voto de Moreira, prevista para a véspera, foi adiada para a terça-feira da próxima semana, quando deve ocorrer uma nova reunião com governadores para discutir o assunto.
O presidente da Câmara garantiu que mantém o diálogo sobre a inclusão dos entes federativos e que é necessário ter “paciência”. Maia confirmou também a previsão de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no plenário da Câmara ainda antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.
O deputado aproveitou para afirmar que a negociação para a reforma da Previdência é uma construção coletiva, e que apesar de ninguém ser “ a favor”, ela é necessária.
“O presidente (Jair Bolsonaro) tem papel nisso, ajuda nisso, o Parlamento comanda a votação. Mas acho que há uma participação coletiva, a comprensão de todos, mas principalmente da maioria da sociedade”, afirmou.
“Porque o parlamentar, ele vota uma matéria dessa quando ele volta da sua base, do seu município, do seu Estado, com a convicção que os seus eleitores, que aqueles com que ele se relacionou nos últimos meses, compreendem a importância da matéria.”
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)