SÃO PAULO (Reuters) - Movimentos sociais e centrais sindicais foram às ruas de várias cidades do país nesta quarta-feira pedir a manutenção do governo da presidente Dilma Rousseff, dias depois de protestos em favor do impeachment.
Em São Paulo, manifestantes de grupos que compõem a Frente Brasil Popular e a Frente Brasil Sem Medo tomaram a avenida Paulista para defender a "democracia contra o golpe", o fim das medidas de ajuste fiscal e o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"São esses os três eixos: contra o golpe, pelo direito de a presidenta Dilma concluir o seu mandato, pelo 'Fora Cunha' e chega de ajuste, vamos fazer uma política para o Brasil crescer", disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, no site da entidade.
Imagens de TV mostravam manifestantes na avenida Paulista e na rua da Consolação, com bandeiras do Brasil e em defesa de Dilma, balões infláveis da CUT e cartazes contra Cunha, gritando frases de ordem contra o impeachment.
Protestos também ocorreram em outras capitais, entre elas Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, João Pessoa, Fortaleza e Brasília, segundo a mídia.
Cunha aceitou o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma em 2 de dezembro e a Câmara dos Deputados analisa atualmente se abre o processo de impedimento sob a acusação de que a presidente teria violado leis orçamentárias ao aumentar gastos durante sua campanha pela reeleição em 2014.
Denunciado na operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, Cunha também é alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar.
No domingo, milhares de manifestantes em diversas cidades do país pediram a saída de Dilma, nos primeiros protestos desde o início formal dos procedimentos de impeachment. Os movimentos, porém, foram menores do que eventos similares ocorridos neste ano.
(Por Bruno Marfinati)