Agência Brasil - Após 24 anos sem lançar candidato próprio à Presidência da República, o MDB, partido do presidente Michel Temer, colheu nestas eleições um resultado pior do que o obtido por Ulysses Guimarães em 1989 e Orestes Quércia em 1994, quando o então PMDB obteve pouco mais de 4% dos votos. Nessas eleições, o presidenciável do partido, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, obteve 1,2% dos votos, ficando em 7º lugar na disputa.
O partido que elegeu sete governadores em 2014 e comanda hoje cinco estados, venceu já no primeiro turno apenas em Alagoas, com Renan Filho. E vai disputar o segundo turno no Distrito Federal, com Ibaneis; no Pará, com Helder Barbalho; e no Rio Grande do Sul, com José Ivo Sartori. Mesmo se eleger quatro governadores no total, ainda terá três a menos que o número alcançado há quatro anos.
Na capital federal e no Pará, os emedebistas chegaram à frente dos adversários no primeiro turno. No Rio Grande do Sul, entretanto, Sartori terá que reverter a desvantagem em relação ao candidato tucano, Eduardo Leite, o mais votado.
Entre as principais derrotas do partido está a perda do Poder Executivo no Rio de Janeiro, estado que é o terceiro maior colégio eleitoral em número de eleitores e que o partido governava há 12 anos. Além disso, em São Paulo, onde há apenas uma semana Paulo Skaf aparecia nas pesquisas de intenção de votos como um dos dois favoritos a passar para o segundo turno, o MDB acabou superado pelo PSDB de João Dória e pelo PSB, de Márcio Franca.
Congresso Nacional
O desempenho também ficou pior na disputa de vagas na Câmara, que terá 34 emedebistas no próximo ano. Um resultado quantitativo inferior ao que o partido obteve em 2014, quando elegeu 66 deputados federais. Menor, inclusive, que os 51 assentos que, com a transferência de parlamentares para outras legendas, o MDB ocupa hoje na Câmara dos Deputados.
Com o resultado de ontem, o MDB passará de segunda para quarta maior bancada da Câmara, atrás do PT, do PSL e do PP, que elegeram, respectivamente, 56, 52 e 37 deputados.
No Senado, o partido verá a bancada atual de 18 senadores enxugada, mas seguirá como a maior da Casa: terá pelo menos os sete eleitos nestas eleições e os quatro eleitos em 2014 e cujos mandatos vão até 2014. Além disso, o suplente do senador Ronaldo Caiado (DEM), Luiz Carlos do Carmo, que é do MDB, deve assumir o cargo já que Caiado foi eleito governador de Goiás já em primeiro turno.
Embora se mantenha como a maior força no Senado, o partido viu algumas de suas principais lideranças derrotadas. O presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE); o presidente nacional da legenda, Romero Jucá (RR); e os senadores Edison Lobão (MA) e Garibaldi Filho (RN) perderam as vagas e darão adeus ao Senado.
O MDB elegeu 93 deputados estaduais, contra os atuais 118. Procurado pela reportagem para comentar o resultado das eleições, o MDB informou, por meio de sua assessoria, que a Executiva Nacional ainda vai se reunir para avaliar o assunto.