SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira, que a meta de déficit primário neste ano será cumprida e que, caso seja necessário, medidas serão tomadas para chegar a esse objetivo.
"Qualquer medida adicional que seja necessária será tomada, mas no momento não há necessidade", afirmou ele a jornalistas após participar de evento em São Paulo.
A meta de déficit primário para este ano é de 170,5 bilhões de reais para o governo central (governo federal, Banco Central e INSS) e, na véspera, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, chegou a afirmar que o rombo já havia alcançado 169 bilhões de reais, faltando cinco meses para o final do ano.
Meirelles buscou argumentar que os 169 bilhões de reais são a projeção do Ministério para o rombo deste ano, e não um número que já havia ocorrido. "São previsões para o final do ano", afirmou.
Pela manhã, o Ministério da Fazenda divulgou seu relatório Prisma Fiscal, que recolhe previsões de especialistas todos os meses. Com os dados de julho, a mediana das expectativas apontava para saldo primário negativo em 158,861 bilhões de reais neste ano, pior que a estimativa anterior de déficit de 155,500 bilhões de reais.
Meirelles disse ainda acreditar que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece teto para o crescimento dos gastos públicos seja aprovada ainda neste ano pelo Congresso Nacional.
Se isso não ocorrer, argumentou ele, o governo já incluiu o limite na proposta orçamentária de 2017.
"Já adotamos o teto", afirmou ele, acrescentando que é importante a aprovação legal da proposta para ajudar na recuperação da confiança no país.
(Reportagem de Laís Martins; Texto de Patrícia Duarte)