🤑 Não fica mais barato. Garanta a promoção com 60% de desconto na Black Friday antes que desapareça...GARANTA JÁ SUA OFERTA

Mercosul deve decidir pela suspensão da Venezuela do bloco, dizem fontes

Publicado 01.12.2016, 12:01
© Reuters. Homem deitado embaixo de bandeira da Venezuela em Caracas

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O Mercosul deve decidir pela suspensão da Venezuela do bloco nesta quinta-feira, por não ter cumprido os requisitos de adesão dentro do prazo, disseram à Reuters fontes ligadas às negociações.

"A Venezuela só não será suspensa se algo muito extraordinário acontecer de hoje para amanhã, mas é muito difícil que o resultado seja outro", disse uma das fontes, que preferiu não se identificar pela sensibilidade do tema.

    Na reunião dos negociadores do Mercosul nesta quinta-feira, a Secretaria-Geral do Mercosul apresentará um relatório dos avanços da Venezuela aos protocolos do bloco. O resultado, no entanto, já é conhecido e a posição dos chanceleres é pela suspensão. Mesmo o Uruguai, que mais resistia a suspender a Venezuela, reconhece que não há como manter o país no Mercosul.

    O país tinha até 1º de dezembro, quando completa quatro anos no bloco, para incorporar a sua legislação todas as resoluções do Mercosul. Ainda faltariam 112.

    Um dos pontos essenciais que a Venezuela tinha se negado a aderir até agora é uma das bases do bloco, o Acordo de Complementação Econômica 18. O texto prevê, entre outros pontos, a tarifa externa comum e o programa de eliminação de barreiras tarifárias intrabloco.

    "São coisas fundamentais. Agora eles disseram que querem aderir ao ACE18, mas ficou tarde", disse a fonte.

    Recentemente, o governo brasileiro e os demais do bloco baixaram o tom das críticas políticas à Venezuela para esperar o resultado das negociações entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, intermediadas pelo Vaticano. Isso, no entanto, não teria relação com a situação do país no Mercosul, explicou a fonte.

    A decisão de suspender o país deve ser tomada nesta quinta-feira, em reunião dos negociadores, e anunciada na sexta-feira em um comunicado conjunto. A Venezuela pode recorrer e abrir uma controvérsia, mas as chances de sucesso são pequenas, segundo essa fonte. "É difícil que consigam reverter uma decisão, eles não tem no que se pegar", disse.

    A Venezuela foi admitida no Mercosul em 2012, em uma manobra dos governos de Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, da Argentina. Depois da suspensão temporária do Paraguai, causada pelo impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, Brasil e Argentina convenceram o Uruguai a acelerar a admissão da Venezuela, que só dependia da aprovação do Congresso paraguaio.

    O país entrou oficialmente no bloco em dezembro do mesmo ano e, depois de ser readmitido, o Congresso do Paraguai, em uma negociação tocada pelo presidente Horácio Cartes, concordou em aprovar sua admissão para regularizar a situação.

    A Venezuela, no entanto, descumpriu a maior parte dos prazos de adesão ao bloco, especialmente nas questões econômicas. O problema foi a solução encontrada por Brasil, Paraguai e Argentina, para evitar que o país assumisse a presidência pro tempore do bloco em julho deste ano, como deveria ter acontecido, e abriu caminho para a suspensão.

A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, declarou nesta semana que o país não deixaria o Mercosul e denunciou o que disse ser uma campanha dos governos de Brasil, Argentina e Paraguai de expulsar Caracas do grupo.

Em um comunicado na terça-feira, o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela afirmou que o país já adotou um dos acordos econômicos necessários para fazer parte do bloco.

Empresários brasileiros reclamam que a presença da Venezuela tem atrasado decisões comerciais e regulatórias importantes.

© Reuters. Homem deitado embaixo de bandeira da Venezuela em Caracas

"É uma decisão política que mostra que os países do Mercosul estão tentando ficar em linha com a realidade global", disse Roberto Ticoulat, presidente do Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras. "O Brasil precisa fazer parte do comércio global e não podemos mais esperar."

(Com reportagem de Alonso Soto)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.