BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin foi definido por sorteio eletrônico nesta quinta-feira como o novo relator das ações decorrentes da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) em substituição a Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no mês passado.
Ministro com menos tempo na corte, Fachin teve confirmada nesta própria quinta a mudança para a 2ª Turma do tribunal, que é responsável pelos processos envolvendo a Lava Jato, também em substituição a Teori. O sorteio para escolher o novo relator foi realizado apenas entre os ministros dessa turma.
Gaúcho da cidade de Rondinha com carreira profissional no Paraná, Fachin assumiu a cadeira no STF em junho de 2015, depois de uma dura sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Precisou explicar suas ligações com o PT, com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), além do apoio público em 2010 à eleição de Dilma Rousseff, que o indicou para o Supremo.
Em seu período no Supremo, conquistou o respeito dos colegas de corte e firmou a imagem de um ministro sério e discreto, com perfil semelhante ao de Teori.
Agora terá a dura tarefa de substituir Teori como relator no STF dos processos relacionados à Lava Jato, a maior operação de investigação de corrupção política e empresarial da história do país. E isso num momento em que acabam de ser homologadas as delações de mais de 70 executivos da Odebrecht, com potencial de causar um enorme estrago no meio político.
A morte de Teori levantou uma série de questionamentos sobre o futuro da Lava Jato, uma vez que ele havia se transformado numa garantia de boa condução dos processos relacionados.
Luiz Edson Fachin fez carreira no Paraná, onde se graduou em direito e foi professor de Direito Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Com mestrado e doutorado pela PUC-SP, fez pós-doutorado no Canadá, atuou como pesquisador convidado do Instituto Max Planck, em Hamburgo, na Alemanha, e também como professor visitante do King’s College, em Londres.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)