RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério Público Federal apresentou denúncia contra o empresário Eike Batista e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, além de outras seis pessoas, informou o MPF em nota nesta sexta-feira.
Caso a denúncia seja aceita pela Justiça, Eike responderá por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, ao passo que Cabral responderá por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A ex-primeira-dama do Estado Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, é acusada pelos mesmos crimes que, segundo o MPF, foram praticados pelo marido.
"Os fatos apresentados na denúncia são resultantes da operação Eficiência, realizada no escopo das investigações da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro", informou o MPF na nota.
Eike, que já foi um dos homens mais ricos do mundo, foi preso na segunda-feira da semana passada acusado de pagar propina de 16,5 milhões de dólares a Cabral.
O ex-governador está preso desde o ano passado e é acusado de ser o articulador e beneficiário de um esquema milionário de corrupção. Ele já é réu em outras ações na Justiça Federal também acusado de corrupção.
De acordo com os investigadores, os pagamentos de propina foram feitos por Eike a Cabral em função do interesse do empresário em empreendimentos no Rio de Janeiro à época do governo de Cabral.
“Estão plenamente configurados os crimes de corrupção passiva e ativa porquanto resta claro que o conjunto de funções exercido pelo agente público em questão está relacionado com os interesses privados do particular", afirmaram os procuradores na denúncia.
Caso a denúncia seja aceita e Eike e Cabral sejam condenados, o ex-governador pode pegar pena de até 50 anos de prisão, enquanto o empresário pode receber punição de 44 anos de prisão, de acordo com o MPF.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo)