Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com - Os futuros das ações norte-americanas apontavam para uma abertura em ligeira queda das bolsas em Nova York nesta sexta-feira, com os investidores avaliando as recentes declarações do presidente Donald Trump sobre taxas de juros e tarifas.
Enquanto isso, a Boeing diz que registrará um prejuízo maior do que o previsto no último trimestre, uma vez que a fabricante de aviões enfrenta o impacto das greves de trabalhadores e encargos em alguns projetos do governo dos EUA.
Além disso, o Banco do Japão anuncia seu terceiro aumento de taxa desde que começou a reduzir sua política monetária ultrafrouxa no início de 2024.
No Brasil, destaque para a prévia da inflação.
PROMOÇÃO DE ANO NOVO: InvestingPro está com 50% de desconto! Não perca esta oportunidade FINAL de aproveitar as vantagens das poderosas ferramentas do mercado de ações a um preço reduzido! Saber economizar é a primeira regra de investimento! Aproveite os preços especiais da Promoção de Ano-Novo para usar o InvestingPro!
1. Boeing alerta para prejuízo trimestral
A Boeing (NYSE:BA) afirmou que registrará um prejuízo maior do que o previsto, de cerca de US$ 4 bilhões, em seu trimestre mais recente, uma vez que a fabricante de jatos em apuros enfrentou uma greve prolongada, encargos relacionados a projetos do governo dos EUA e despesas ligadas a uma série de cortes de empregos.
Em uma atualização divulgada antes dos resultados da empresa na próxima semana, a Boeing disse que apresentaria um prejuízo de US$ 5,46 por ação, o que equivale a cerca de US$ 4 bilhões. Os analistas esperavam um prejuízo por ação de US$ 1,84, de acordo com dados da LSEG citados pela Reuters.
Nos últimos anos, a Boeing tem enfrentado um maior escrutínio sobre seu histórico de segurança e as consequências da pandemia da covid-19, enquanto 2024 começou com uma perigosa explosão de painel em pleno ar em um de seus aviões 737 MAX. O incidente, juntamente com uma paralisação do trabalho de mais de 33.000 trabalhadores, pesou sobre a empresa no ano passado.
As perdas nos primeiros nove meses de 2024 totalizaram quase US$ 8 bilhões e, com base no anúncio de quinta-feira, o número pode aumentar ainda mais para quase US$ 12 bilhões no ano. O CEO Kelly Ortberg destacou em um comunicado que a Boeing enfrentou "desafios de curto prazo", mas acrescentou que tomou "medidas importantes" para estabilizar os negócios.
A notícia chega no momento em que uma série de empresas está divulgando seus últimos lucros, com a American Express (NYSE:AXP), a Verizon Communications (NYSE:VZ) e a NextEra Energy (NYSE:NEE) entre as que devem publicar números trimestrais na sexta-feira.
Os futuros das ações dos EUA oscilaram abaixo da linha plana na sexta-feira, depois que o índice de referência S&P 500 atingiu um novo recorde de fechamento na sessão anterior, com os investidores digerindo os comentários do presidente Trump e de olho em uma série de lucros corporativos.
Às 7h50 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,18%, o S&P 500 futuros perdia 0,18%, e o Nasdaq 100 futuros recuava 0,17%.
As principais médias de Wall Street subiram na quinta-feira, com o S&P 500, em particular, registrando seu primeiro pico de fechamento desde dezembro. Todos os três índices registraram seu quarto dia consecutivo de ganhos.
O sentimento foi influenciado por declarações feitas remotamente por Trump no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, onde ele pediu taxas de juros globais mais baixas. O Federal Reserve deve deixar os custos dos empréstimos inalterados em sua próxima reunião neste mês.
Trump também disse em uma entrevista à Fox News que teve uma conversa amigável com o presidente chinês Xi Jinping e adotou um tom de esperança em relação a um possível acordo comercial com a China. Trump já havia ameaçado impor tarifas severas à China, mas não chegou a ordenar a medida desde que retornou à Casa Branca no início desta semana.
Trump nos EUA: Quais ações ganham e quais perdem no Brasil?
2. Trump ordena a criação de novo grupo de trabalho de cripto
O Presidente Trump ordenou a criação de um grupo de trabalho encarregado de elaborar novas regras para o setor de criptomoedas e analisar a possibilidade de estabelecer uma reserva nacional de tokens digitais.
Suas ações também incluíram proteções para serviços bancários para empresas relacionadas a criptomoedas, muitas das quais alegaram que foram cortadas por alguns credores devido a diretrizes dos órgãos reguladores dos EUA. A criação de uma moeda digital de banco central nos EUA também foi proibida.
As ordens foram dadas em um momento em que o setor de criptografia esperava regras mais favoráveis sob a administração Trump. Trump prometeu reverter um ambiente regulatório mais rigoroso para ativos digitais durante o mandato do ex-presidente Joe Biden, dizendo que ele seria um "presidente criptográfico".
Em outro lugar, o órgão regulador de valores mobiliários dos EUA também eliminou a orientação contábil que havia aumentado os custos incorridos por algumas empresas listadas para proteger ativos criptográficos em nome de terceiros - uma tendência que os proponentes do setor alegaram ter afetado a adoção de tokens digitais.
VEJA: Cotações das criptomoedas
3. BOJ aumenta as taxas
O Banco do Japão aumentou as taxas de juros em 25 pontos-base, conforme esperado, marcando o terceiro aumento do banco central desde que começou a reduzir sua política monetária ultrafrouxa no início de 2024.
As autoridades também reduziram ligeiramente suas previsões de crescimento para os anos fiscais de 2024 e 2025, ao mesmo tempo em que elevaram suas perspectivas para a inflação. O BOJ sinalizou que, se sua projeção econômica fosse atingida nos próximos meses, poderia elevar ainda mais os custos dos empréstimos.
"Dado que as taxas de juros reais estão em níveis significativamente baixos, se as perspectivas para a atividade econômica e os preços apresentadas no Relatório de Perspectivas de Janeiro se concretizarem, o Banco continuará a aumentar a taxa de juros de política e a ajustar o grau de acomodação monetária", disse o BOJ em um comunicado.
CONFIRA: Calendário Econômico do Investing.com
4. Petróleo está no caminho certo para perdas semanais
Os preços do petróleo permaneceram no caminho certo para uma perda semanal, com o sentimento atenuado pelos apelos do presidente Trump por preços mais baixos do petróleo e maior produção de energia nos EUA.
Às 7h53, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) subiam 0,47%, para US$74,97 por barril, enquanto o contrato Brent ganhava 0,46% para US$78,65 por barril.
Além disso, Trump, durante seu discurso na quinta-feira em Davos, disse que a Arábia Saudita e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo deveriam derrubar os preços do petróleo.
A incerteza também gira em torno de seus planos de tarifas comerciais contra as principais economias, o que poderia perturbar o comércio global e pesar sobre a demanda de petróleo.
ACOMPANHE: Cotações das commodities
5. IPCA-15 no Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial.
A Warren espera que o IPCA-15 de janeiro seja negativo em 0,02%, com variação em 12 meses de 4,36%. “Os itens que mais devem contribuir para esse movimento são a passagem aérea e energia elétrica”, destaca Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos. Para energia, o efeito baixista ocorre diante do desconto do bônus de Itaipu.
“Do lado altista, os riscos estão espalhados entre alguns grupos, sendo eles o de alimentos no domicílio, artigos de residência e saúde e cuidados pessoais.”, pondera a especialista.
O dado antecede a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central da próxima semana, com a expectativa de aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros básica da economia brasileira Selic, conforme o forward guidance indicado no último comunicado e nas falas dos dirigentes da autarquia.
(A Reuters contribuiu com a reportagem).