BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que será assinada nesta quarta-feira uma revisão do tratado de extradição com a Argentina como forma de acelerar procedimentos criminais entre os países vizinhos e evitar situações como a do italiano Cesare Battisti, que fugiu do Brasil.
"Às vezes tem uma situação urgente. Precisa prender o cara. E se você segurar o canal diplomático, acontece igual o Battisti", afirmou Moro a jornalistas no Palácio do Planalto antes do encontro do presidente Jair Bolsonaro com o presidente da Argentina, Mauricio Macri.
Moro explicou que a revisão do tratado de extradição vai permitir que informações sejam trocadas entre os países fora dos canais diplomáticos de comunicação. Segundo ele, a mudança do tratado é um "aprimoramento".
"Existe já um tratado de extradição um pouco antigo, feito em uma outra época, as formas de comunicação são outras e há a percepção de que há uma necessidade de sempre agilizar esses mecanismos de cooperação. Então esse tratado vai permitir uma comunicação mais rápida entre os dois países", disse Moro, em rápida fala à imprensa.
O ministro brasileiro reuniu-se mais cedo com os ministros argentinos da Justiça e Direitos Humanos, Gérman Garavano, e da Segurança Pública, Patrícia Bullrich, para tratar de ações conjuntas entre os dois países.
No caso de Battisti, o ex-guerrilheiro italiano fugiu do Brasil para a Bolívia no final do ano passado para evitar ser extraditado para a Itália, mas acabou preso por autoridades bolivianas e enviado de volta ao país europeu para cumprir pena quase quatro décadas após ter fugido de uma prisão italiana.
(Reportagem de Ricardo Brito)