SÃO PAULO (Reuters) - O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal os processos e a investigação sobre a Eletronuclear no âmbito da operação Lava Jato, após decisão do ministro Teori Zavascki, do STF, determinando a remessa dos autos à corte.
Zavascki tomou a decisão ao acolher parcialmente medida cautelar proposta pela defesa de um dos investigados nessa fase da operação por entender que, com a citação nas investigações do senador Edison Lobão (PMDB-MA), a competência sobre o caso é do Supremo, já que todos os parlamentares têm prerrogativa de foro no STF.
A remessa dos autos da investigação sobre possíveis irregularidades na construção da usina nuclear Angra 3, determinada por Moro por conta da decisão de Zavascki, implica também na suspensão de todas as audiências previstas sobre o caso.
O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva é acusado de receber propina de 4,5 milhões de reais. O executivo então responsável pela área de energia na Andrade Gutierrez, Flávio Barra, preso com Pinheiro em julho, quando foi deflagrada esta fase da Lava Jato, foi o responsável pela medida cautelar que tirou de Moro esse trecho das investigações.
A Eletronuclear é controlada pela Eletrobras (SA:ELET3). A Lava Jato investiga um esquema bilionário de corrupção em estatais, com o envolvimento de empreiteiras que formaram um cartel para obter contratos dessas empresas e pagavam propina a funcionários das companhias, a operadores que lavavam o dinheiro do esquema, e a políticos e partidos.
(Reportagem de Eduardo Simões)