BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu que sejam investigadas as denúncias de que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, eleito deputado pelo PSL, tenha criado candidaturas de fachada durante a campanha eleitoral em Minas Gerais para direcionar verbas públicas para empresas ligadas a seu gabinete.
Mourão avaliou que, se confirmadas, as denúncias são "graves" e precisam ser investigadas.
"Qualquer denúncia tem que ser apurada, a Justiça que faça seu papel. Se for verdadeiro é grave. Tem que ver até onde tem verdade nisso aí", disse Mourão a repórteres ao ser questionado sobre a denúncia publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira.
Segundo a reportagem, o comando nacional do PSL repassou 279 mil reais para quatro candidatas de MG, cumprindo a cota exigida pela lei eleitoral de no mínimo 30 por cento de candidatas mulheres, após indicação do PSL mineiro, presido à época por Antônio. As quatro candidatas juntas teriam recebido menos de 2 mil votos.
De acordo com o jornal, pelo menos 85 mil dos recursos recebidos pelas quatro candidatas teriam sido repassados a assessores, amigos ou familiares do atual ministro.
Em uma nota publicada nas redes sociais, Antônio acusou a Folha de S.Paulo de tentar desestabilizar o governo com "ilações falsas" e denúncias vazias.
"Reforço que a distribuição do Fundo Partidário do PSL cumpriu rigorosamente o que determina a lei. Todas as contratações da minha campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. É lamentável o desserviço prestado pelo jornal", escreveu.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Edição de Pedro Fonseca)