(Reuters) - O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta sexta-feira o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e outras 16 pessoas acusadas de envolvimento nas irregularidades investigadas pela operação Lava Jato.
Segundo o MPF, o valor da corrupção na 17ª fase da Lava Jato é de 60 milhões de reais.
O coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, disse que entre os denunciados estão também o ex-diretor da Petrobras (SA:PETR4) Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
O procurador afirmou que Dirceu, ministro durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.
"(Dirceu) praticou crimes graves e deve ser responsabilizado... porque somos uma República e todos são iguais perante a lei", disse coordenador da força-tarefa da Lava Jato em entrevista coletiva em Curitiba.
A Lava Jato investiga um esquema de corrupção bilionário envolvendo a Petrobras e outras empresas e órgãos estatais com a participação de funcionários das companhias, políticos e partidos.
Dirceu está preso na capital paranaense acusado de receber propina de fornecedoras da Petrobras para facilitar contratos com a petroleira.
Segundo os procuradores que atuam na Lava Jato, o ex-ministro instituiu o esquema de corrupção na Petrobras na época em que comandou a Casa Civil.
De acordo com o MPF, Dirceu recebeu propina do esquema de corrupção na estatal inclusive quando estava preso em Brasília por causa de sua condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo envolvimento no mensalão, esquema de compra de apoio político no primeiro mandato de Lula.