Por Paul Sandle
LONDRES (Reuters) - O Partido Trabalhista, de oposição, disse que manteria o Reino Unido no mercado comum europeu e união alfandegária por um período de transição, mesmo após o Brexit, acenando com uma clara alternativa às políticas da primeira-ministra Theresa May.
O partido de centro-esquerda buscaria manter os “mesmos termos básicos” com a União Europeia, incluindo a livre movimentação de pessoas, para além de março de 2019, quando o Reino Unido tem previsão de deixar o bloco, disse neste domingo o porta-voz do Partido Trabalhista para assuntos ligados ao Brexit, Keir Starmer.
Segundo ele, os Trabalhistas querem evitar uma situação limítrofe e prejudicial para a economia, decorrente de uma separação abrupta em menos de dois anos.
O partido de oposição também deseja manter algum tipo de união alfandegária com a UE, e provavelmente concordaria em estabelecer uma nova relação com o mercado comum europeu, sujeita a negociações, acrescentou Starmer em entrevista ao jornal Observer.
Alguns ministros do governo conservador de Theresa May já descartaram a permanência no mercado comum e na união alfandegária durante qualquer fase de transição após o Brexit.
Starmer disse que permanecer sob o julgo das regras da UE por um período permitiria que bens e serviços continuassem a fluir entre a UE e o Reino Unido sem tarifas, fiscalizações alfandegárias ou outros entraves.
As declarações de Starmer ocorrem após meses de incerteza e divisões sobre o posicionamento dos Trabalhistas, e têm o objetivo de pavimentar o caminho para que o líder do partido Jeremy Corbin possa derrotar os Conservadores em futuras eleições.
O poder de May ficou reduzido após um mal desempenho em eleições gerais realizadas em junho, nas quais seu partido perdeu maioria no Parlamento, tornando mais difícil para o governo da primeira-ministra fechar questão em assuntos relacionados ao Brexit.