Por Amanda Becker e Emily Stephenson
MANCHESTER/STERLING HEIGHTS, Estados Unidos (Reuters) - Enquanto cruzavam os Estados Unidos de um lado a outro no domingo em um impulso final e frenético de campanha, o republicano Donald Trump disse ser a "última chance" de consertar um país quebrado, e sua rival democrata Hillary Clinton disse que chegou um "momento de acertar as contas".
Os dois candidatos presidenciais da eleição de terça-feira apresentaram visões muito contrastantes dos Estados Unidos, e provocaram reações díspares das multidões reunidas para ouvi-los falar.
Em Iowa, Trump afirmou ser a "última chance" de resolver a imigração e o comércio. Nos arredores de Mineápolis, ele disse que a população de refugiados somalis no local é um "desastre". Perto de Pittsburgh, apoiadores do republicano vaiaram uma canção do cantor Bruce Springsteen, que deve fazer campanha com Hillary na noite desta segunda-feira.
Gritos pedindo a prisão de Hillary surgiram no momento em que foi divulgada a notícia de que o FBI voltou a dizer que a democrata não será processada pela maneira como usou seus emails quando era secretária de Estado.
Enquanto esquentava a plateia de um comício de Trump em um subúrbio de Detroit, o roqueiro Ted Nugent agarrou a virilha e disse "aqui está seu Estado azul", referindo-se a Estados que normalmente votam em candidatos democratas, entre eles Michigan.
"Aliás, minha linguagem é muito, muito mais limpa do que, como vocês sabem, Jay Z", disse Trump no mesmo evento.
O magnata criticou o vocabulário grosseiro que o rapper Jay Z e sua esposa, Beyoncé, usaram em uma apresentação que fizeram na sexta-feira à noite em Cleveland para Hillary.
"A linguagem mais suja que já se ouviu", disse Trump no comício de Minnesota.
Hillary começou e terminou o domingo com interpretações da canção patriótica "America the Beautiful". A primeira foi em uma igreja negra da Filadélfia e a segunda delas desempenhada pelo cantor folk James Taylor em um evento de incentivo ao voto em New Hampshire, onde a plateia cantou junto de braços dados.
Hillary subiu ao palco com Khizr Khan, cujo filho era um soldado muçulmano do Exército dos EUA morto em combate. Khan discursou na Convenção Nacional Democrata em julho criticando a proposta de Trump de impedir a entrada de muçulmanos no país e se oferecendo para lhe emprestar uma cópia da Constituição do país.
A ex-primeira-dama classificou a terça-feira como "uma encruzilhada eleitoral" e um "momento de acertar as contas", ecoando declarações feitas antes em um comício em Cleveland com a presença do jogador de basquete LeBron James.
"Nossos valores centrais, como norte-americanos, estão sendo testados", afirmou.