Por Maayan Lubell
JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pedirá mais tempo ao presidente daquele país para formar um novo governo, disse um porta-voz no sábado.
No poder há uma década, Netanyahu ganhou um recordista quinto mandato nas eleições parlamentares de 9 de abril, amplamente visto como um referendo da sua liderança, no momento em que ele encara um possível indiciamento por três casos de corrupção. Ele nega as acusações.
Netanyahu está negociando termos com quase todos os partidos de direita, nacionalistas e religiosos para formar seu governo. Nenhum partido em Israel já venceu a maioria direta dos 120 assentos do Knesset (parlamento israelense), fazendo com que governos de coalizão sejam a norma com negociações políticas frequentemente se arrastando.
De acordo com a lei israelense, Netanyahu tem um período inicial de 28 dias para formar um governo, com uma possível extensão de 14 dias. O período inicial termina na quarta-feira. Seu prazo final, se receber o adiamento, seria 29 de maio.
Um porta-voz de Netanyahu citou agenda ocupada que inclui feriados judeus, dias de memória nacionais e um surto de conflitos letais com militantes palestinos na Faixa de Gaza semana passada como algumas das razões pelo pedido de adiamento.
Entre os assuntos mais urgentes que aguardam o novo governo, está o plano de paz do presidente Donald Trump para o Oriente Médio, tentando encerrar o conflito entre Israel e Palestina. A equipe, liderada pelo conselheiro de Trump para o Oriente Médio, Jared Kushner, disse que o revelará ao público em junho e exigirá concessões de todas as partes.
Por enquanto, as perspectivas para o plano de paz parecem sombrias.
Uma coalizão de direita em Israel provavelmente seria contra qualquer concessão territorial para palestinos, que estão boicotando a administração Trump pelo que eles consideram viés pró-Israel.
Também seria menos provável que a coalizão desejada por Netanyahu o pressionasse a renunciar, se ele for eventualmente denunciado por corrupção. O primeiro-ministro não tem obrigação legal de renunciar se for indiciado.
Netanyahu nega qualquer mal feito e tem planos de servir Israel por muitos anos. Ele também pode argumentar em uma audiência pré-julgamento cuja data ainda não foi estabelecida contra a acusação formal de corrupção e fraude contra ele.
Um líder de um dos prováveis parceiros da coalizão de Netanyahu, o partido nacionalista-religioso Right Wing Union, tem advogado por leis que possam garantir a Netanyahu imunidade contra processos.