MADRI (Reuters) - Uma terceira eleição faria pouco para romper o impasse político atual da Espanha, e embora se preveja que o Partido Popular (PP) do primeiro-ministro interino, Mariano Rajoy, venceria, a legenda ficaria longe de obter uma maioria parlamentar, revelou uma importante pesquisa de opinião nesta segunda-feira.
O impasse espanhol resultante de duas votações inconclusivas já dura oito meses. Partidos da direita e da esquerda vêm tendo dificuldades para se entender e formar um governo devido a antigas rivalidades e desavenças que vão da política econômica a questões de liderança.
O PP foi o único dos quatro maiores partidos da Espanha a conquistar mais assentos no Parlamento em 26 de junho do que no pleito de 20 de dezembro, ficando com 137 cadeiras, mas esse número ainda ficou distante das 176 necessárias para garantir a maioria dos 350 assentos da câmara baixa.
Se outra eleição fosse realizada, o PP ficaria com 32,5 por cento dos votos, segundo o levantamento do instituto oficial CIS, pouco menos que os 33 por cento obtidos em junho. A pesquisa não ofereceu uma estimativa do número de cadeiras.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), principal rival do PP nas últimas quatro décadas, ficaria em segundo lugar, com um resultado levemente melhor que na última eleição, indo a 23,1 por cento, ante 22,7 por cento.
A aliança de partidos de extrema-esquerda Unidos Podemos ficaria em terceiro lugar, com 19,6 por cento dos votos, abaixo dos 21,1 por cento conseguidos em junho, enquanto o liberal Ciudadanos chegaria em quarto lugar com 12 por cento, ante 13 por cento.
(Por Rodrigo de Miguel)