MADRI (Reuters) - Uma terceira eleição na Espanha voltaria a resultar em um Congresso muito dividido, que não daria novas opções para o enfrentamento do atual impasse na formação do governo, de acordo com uma pesquisa divulgada neste domingo.
Os líderes políticos não conseguiram chegar a um acordo sobre a formação do novo governo depois que duas eleições em cerca de seis meses deram origem a um parlamento altamente fragmentado, longe de uma maioria absoluta.
Caso não haja acordo entre os partidos para formar um governo até 31 de outubro, algo que parece distante, haverá uma nova chamada às urnas para dezembro.
De acordo com pesquisa da empresa GAD3 para o jornal ABC, em novas eleições o conservador Partido Popular teria mais cinco deputados, até chegar a 142, longe da maioria absoluta dos 176 assentos.
No entanto, o PP seria o único dos grandes partidos a ganhar terreno, já que os socialistas do PSOE iriam de 85 a 81, os esquerdistas do Podemos de 71 a 70 e os centristas do Ciudadanos de 32 para 30.
A necessidade de um acordo para formar o Executivo seria a mesma de hoje e com protagonistas idênticos, conclui a ABC.
Apesar disso, o cenário mostrado pela pesquisa acrescenta um fator que poderia romper o bloqueio, já que o Partido Nacionalista Basco (PNV) ganharia um deputado em uma nova eleição, de 5 a 6, e o seu apoio hipotético a um novo pacto entre PP e Ciudadanos daria uma maioria suficiente para governar.
Embora o PNV tenha negado apoio à posse de Mariano Rajoy, líder do PP, como chefe do Executivo espanhol, eleições acontecerão em 25 de setembro no País Basco. Segundo pesquisas, o PNV pode precisar do PP para governar a região, o que abriria a porta para negociações de apoio mútuo.
(Por Sarah White e Tomás Cobos)