O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), não confirmou nesta terça-feira, 27, se irá ao debate da TV Gazeta no próximo domingo, 1º. Apesar de questionamentos diretos dos jornalistas, ele não respondeu claramente se estará presente, mas afirmou que comparecerá desde que a emissora estipule regras para garantir que as discussões sejam propositivas, em vez de apenas ataques entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo.
O Estadão apurou que a tendência é que Nunes não compareça, embora aliados afirmem que a decisão será tomada mais perto da data e poderá ser influenciada pelos resultados da pesquisa da Quaest que será divulgada nesta quarta-feira, 28.
"A gente precisa discutir [propostas] e a população vai escolher: 'Olha, eu quero um lunático ou eu quero alguém que é centrado, sabe o que está falando, que não vai prometer aquilo que não é possível cumprir'", disse o prefeito durante uma caminhada no Mercadão Municipal, na tarde desta terça, que marcou a estreia do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na campanha.
O governador é o principal apoiador da reeleição do prefeito, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tarcísio afirmou que é importante ter um aliado na Prefeitura para garantir o avanço de obras de infraestrutura e de habitação na capital paulista.
Nunes não citou expressamente Pablo Marçal (PRTB), mas demonstrou incômodo com a estratégia do influenciador de promover enfrentamentos com ele e Guilherme Boulos (PSOL) nos debates para publicar "cortes", com o objetivo de viralizar nas redes sociais.
Boulos, Nunes e o apresentador José Luiz Datena (PSDB) foram aos dois primeiros debates, promovidos pela Band e pelo Estadão, mas faltaram ao debate da Veja para impedir que Marçal repetisse a tática.
"Debate eu irei em todos. Eu só não quero ir no local onde não se cumpram regras ou que a gente não faça debate, que a gente faça ali um palco para alguém fazer 'corte' ou ataque aos candidatos. Se a Gazeta garantir que a gente vai ter um debate propositivo para colocar as ideias... eu quero discutir, por exemplo, concessões com os candidatos", declarou Nunes.
O prefeito também se queixou de candidatos que não respondem às perguntas feitas a eles durante o debate e utilizam o tempo para falar sobre outros assuntos. Nunes alegou que quer discutir propostas de outros candidatos e citou medidas anunciadas tanto por Boulos, que quer revogar a contribuição de aposentados para a Previdência municipal, quanto por Marçal, que quer construir prédio de um quilômetro e teleféricos nas periferias.
"Quem vai fazer o prédio? Vai servir para quem? Muda a vida de quem? Ah, vai fazer teleférico? Vai ligar de onde aonde? De um local plano para um plano? O relevo da cidade permite? São sete milhões de passageiros por dia. Um bondinho daquele transporta 4, 6 pessoas a 15 quilômetros por hora", disse o prefeito.