SÃO PAULO (Reuters) - O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta sexta-feira que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro buscará um regime de capitalização para a Previdência, que abre espaço para o aumento dos investimentos nos próximos anos.
“Vamos tentar aprovar um regime de capitalização para que, em uns 10 anos, tenhamos mais recursos para investimentos”, afirmou Onyx em palestra a empresários em São Paulo.
O futuro ministro disse que o governo Bolsonaro terá bastante cuidado e respeito nas discussões com o Congresso sobre as reformas.
“Eu, como parlamentar, nunca me senti tão respeitado como agora. Vamos trabalhar as reformas respeitando o Parlamento e tentando trabalhar em parceria.”
Bolsonaro tem defendido a aprovação da idade mínima para a aposentadoria como primeira etapa da reforma da Previdência.
"Não adianta apresentar uma boa proposta e ela acabar ficando na Câmara o no Senado, é o pior dos quadros possíveis. O grande problema nosso, o que mais interessa no primeiro momento, é idade mínima, então vamos começar com essa, depois apresentar outras propostas", disse Bolsonaro na quarta-feira.
TRÉGUA
O futuro ministro aproveitou a palestra para pedir uma trégua à imprensa, afirmando que alguns setores da mídia resolveram criar um terceiro turno da eleição.
“Tem alguns setores da imprensa que claramente abriram uma frente por um terceiro turno da eleição. Em nome do Brasil, eu queria pedir uma trégua à imprensa. É saudável ter uma oposição, uma postura crítica, mas peço que esperem nós assumirmos o governo.”
Tanto durante a campanha eleitoral como depois Bolsonaro acusou partes da imprensa de divulgarem fake news.
Apesar do pedido de trégua, Onyx perdeu a paciência com os jornalistas após a palestra.
Em entrevista, Onyx voltou a dizer que a questão de caixa 2 o envolvendo já está resolvida. Mas, ao ser questionado com insistência sobre relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando movimentações financeiras atípicas de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Bolsonaro, o futuro ministro se irritou e encerrou a entrevista coletiva.
(Reportagem de Aluísio Alves)