CARACAS (Reuters) - A aliança da oposição da Venezuela pediu nesta segunda-feira para a Organização das Nações Unidas não enviar observadores à eleição presidencial de 20 de maio para evitar legitimar uma eleição que diz ser manipulada a favor do presidente socialista Nicolás Maduro.
Maduro, que busca reeleição em meio a um colapso econômico que forçou a ida de uma maré de imigrantes a países vizinhos, pediu para a ONU enviar observadores à eleição.
A principal coalizão da oposição está boicotando a eleição, dizendo que o conselho eleitoral tem historicamente favorecido o governista Partido Socialista, e que os candidatos mais conhecidos foram presos ou impedidos de terem cargos públicos.
“O que nós pedimos à Organização das Nações Unidas hoje é para não validar a fraude eleitoral em maio”, disse a deputada Delsa Solorzano, da coalizão Frente Ampla, em uma pequena manifestação do lado de fora do escritório da ONU em Caracas.
Ela acrescentou que qualquer missão da ONU deve ser “somente para questões de direitos humanos, não para validar uma ditadura”.
Um porta-voz da ONU contatado via email disse que a solicitação do governo para uma missão havia sido recebida.
“Mas nossa posição em todas questões de tal tipo é que o envio de observadores eleitorais requer um mandato de um dos órgãos de Estados membros da ONU”, como o Conselho de Segurança ou a Assembleia Geral, escreveu o porta-voz Farhan Aziz Haq.
“Caso a Assembleia Geral ou o Conselho de Segurança providencie um mandato, nós iremos responder de acordo. Mas nenhum dos dois fez isto até agora.”
Líderes da oposição estão planejando um protesto para sábado para exigir melhores condições para a próxima eleição.
(Reportagem de Vivian Sequera e Brian Ellsworth)