BUENOS AIRES (Reuters) - Ao inaugurar uma estátua do falecido herói nacional Juan Perón, o candidato conservador de oposição na corrida presidencial da Argentina, Mauricio Macri, sinalizou uma mudança em sua estratégia de campanha: a tentativa de atrair eleitores peronistas.
Macri vinha há meses se distanciando do peronismo, o fragmentado movimento político que tem dominado a política argentina há 70 anos, prometendo liberalizar a economia e extirpar uma arraigada cultura de corrupção e nepotismo.
Mas a apenas poucos dias da eleição, o líder da aliança "Vamos Mudar" está sob pressão. Seu apoio tem caído e ele não tem certeza se vai conseguir forçar a disputa de um segundo turno com o líder nas pesquisas, Daniel Scioli, do partido Peronista que está no poder.
O terceiro colocado nas pesquisas, Sergio Massa, também ensaiou uma reação, enfraquecendo a tentativa de Macri de se apresentar como a única alternativa a um governo de Scioli no pleito de 25 de outubro.
Em busca de mais votos, Macri, de 56 anos, tem sido forçado a entrar em disputas diretas com Massa, um peronista que há dois anos se desligou do partido governista.
"Eu não sou um peronista, mas tenho a justiça social em meu coração", disse Macri ao inaugurar a estátua de Perón na semana passada. "Quero convidar todos os peronistas a trabalhar conosco para criar a Argentina que todos nós sonhamos."
Perón teve três mandatos como presidente da Argentina e adquiriu o status de herói devido ao seu forte nacionalismo e defesa dos direitos trabalhistas nos anos 1940.
(Reportagem de Maximiliano Rizzi e Sarah Marsh)