Papa diz que Mianmar deve se comprometer a respeitar direitos humanos

Publicado 28.11.2017, 11:10
© Reuters. Papa Francisco e líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, durante encontro em Naypyitaw

Por Philip Pullella e Thu Thu Aung

YANGON/NAYPYITAW (Reuters) - O papa Francisco disse nesta terça-feira que Mianmar está sofrendo com conflitos civis e hostilidades "que duraram muito tempo e criaram divisões profundas", mas durante discurso na capital do país, o pontífice não mencionou a minoria muçulmana rohingya.

"O processo árduo de construção da paz e reconciliação nacional só pode avançar através de um compromisso com a justiça e com o respeito pelos direitos humanos", disse, depois de pronunciamento da líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi.

O papa se encontrou com líderes de vários credos na majoritariamente budista Mianmar nesta terça-feira, enfatizando a importância da "unidade na diversidade".

Francisco teve conversas particulares com o chefe dos militares de Mianmar na segunda-feira, o primeiro dia de uma visita carregada de tensão desde que os Estados Unidos acusaram a nação sul-asiática de realizar uma "limpeza étnica" contra a população rohingya.

O líder da Igreja Católica também viajará a Bangladesh, para onde mais de 620 mil rohingyas fugiram para escapar do que a Anistia Internacional qualificou como "crimes contra a humanidade".

O Exército de Mianmar negou as acusações de assassinato, estupro, tortura e deslocamento forçado que lhe foram imputadas.

"A unidade sempre é um produto da diversidade", disse Francisco a líderes budistas, islâmicos, hindus, judeus e cristãos em Yangon, segundo autoridades do Vaticano que ofereceram um informe sobre o encontro de 40 minutos.

"Todos têm seus valores, suas riquezas, além de suas diferenças, assim como cada religião tem suas riquezas, suas tradições, suas riquezas para compartilhar. E isso só pode acontecer se vivermos em paz, e a paz é construída em um coro de diferenças."

© Reuters. Papa Francisco e líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, durante encontro em Naypyitaw

Aye Lwin, líder muçulmano proeminente presente à reunião, disse à Reuters que pediu ao papa que apele aos líderes políticos de Mianmar "para que resgatem a religião que valorizamos, que pode ser sequestrada por uma agenda oculta".

Só cerca de 700 mil dos 51 milhões de habitantes de Mianmar são católicos. Milhares deles viajaram de todas as partes do país, e mais de 150 mil pessoas se inscreveram para uma missa que Francisco rezará em Yangon na quarta-feira.

A viagem papal é tão delicada que alguns de seus assessores aconselharam Francisco a sequer usar a palavra "rohingya" para evitar um incidente diplomático que poderia virar o governo e os militares contra a minoria cristã.

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