Yerevan, 10 dez (EFE).- A aliança liderada pelo primeiro-ministro interino da Armênia, Nikol Pashinian, ganhou nesta segunda-feira amplamente as eleições parlamentares antecipadas, ao ficar com 70,44% dos votos, segundo o Colégio Eleitoral do país.
Com 100% dos votos apurados, o Partido Republicano, do ex-primeiro-ministro e ex-presidente Serge Sargsian, que governou os destinos do país durante as últimas duas décadas, só obteve 4,70% dos votos, não superando o limite de 5% necessário para entrar na nova Assembleia Nacional (Parlamento).
Este partido caiu em desgraça após a revolta popular em abril passado, liderada por Pashinian e que forçou a renúncia de Sargsian.
O segundo partido com mais votos depois do de Pashinian e que garante cadeiras no Parlamento é "Armênia Próspera", do empresário Gagik Tsarukian, com 8,27%, seguido do "Armênia Luminosa", com 6,37%.
Segundo a legislação local, no Parlamento armênio devem estar representadas pelo menos três forças políticas.
Todas as previsões apontavam para uma arrasadora vitória da aliança liderada por Pashinian, um ex-jornalista de 43 anos, opositor e agora primeiro-ministro legitimado nas urnas.
Os analistas consultados pela Agência Efe previam para a força de Pashinian mais de 50% dos votos e inclusive que podia ficar com dois terços deles.
Os armênios agradecem Pashinian, líder dos maiores protestos antigovernamentais na história da Armênia e considerado um herói nacional, que tenha posto fim ao monopólio do poder dos republicanos, acusados de uma economia desastrosa e da queda do nível da vida da população.
"Só por fazê-lo, por acabar com o Governo anterior, merece o meu voto", disse à Efe o militar Armen, que serve na fronteira da Armênia com o Azerbaijão.
Segundo este tenente, que espera que Pashinian aumente os salários do Exército, é preciso dar um voto de confiança ao novo dirigente para que ele possa realizar as reformas prometidas e se depois seguir o caminho de seus antecessores, "o povo voltará a protestar".
O Partido Republicano acusou durante a campanha eleitoral Pashinian da intenção de concentrar todo o poder em suas mãos.
A legenda afirmou que é consciente dos seus erros cometidos durante os anos que esteve no poder e se mostrou disposta a pôr agora toda sua experiência ao serviço da Pátria, fazendo uma oposição construtiva.
Segundo a Comissão Eleitoral Central, a participação no pleito legislativo antecipado foi de 48,63%.
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