SÃO PAULO (Reuters) - Seis líderes de partidos de oposição ao governo federal pediram neste sábado que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se afaste do cargo, em meio a notícias sobre de suposta movimentação financeira dele no exterior.
"Os líderes Carlos Sampaio, Arthur Maia, Fernando Bezerra Filho, Mendonça Filho, Rubens Bueno e Bruno Araújo, respectivamente do PSDB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS e Minoria, entendem que ele deve afastar-se do cargo, até mesmo para que possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional à ampla defesa", divulgaram os partidos de oposição, em nota.
Na quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a existência de contas na Suíça em nome do parlamentar e de familiares.
Cunha havia negado à CPI da Petrobras (SA:PETR4) ter recebido propina e rompeu com o governo da presidente Dilma Rousseff após a divulgação das declarações de delator, que diz ter pago 5 milhões de dólares em propina ao deputado. O presidente da Câmara alegou, na ocasião, ser vítima de uma estratégia conjunta do governo e do Procurador Geral da República Rodrigo Janot para constrangê-lo.
Neste sábado, após a divulgação de nota conjunta de partidos de oposição, Cunha acusou a Procuradoria Geral da União de perseguição política e descartou a possibilidade de renúncia.
Em extensa nota, Cunha não fez menção expressa a contas no exterior, mas negou ter recebido vantagens indevidas e adiantou que seus advogados pedirão na terça-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso imediato a documentos que existam no Ministério Público Federal.
"Em relação a qualquer pedido de afastamento ou de renúncia por parte do presidente da Câmara, ele informa que foi eleito pela maioria absoluta dos deputados, em primeiro turno, para cumprir um mandato de 2 anos e irá cumpri-lo, respeitando a posição de qualquer um que pense diferente, mas afirmando categoricamente que não tem intenção de se afastar nem de renunciar", diz trecho do documento.
(Redação Aluisio Alves)