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Passagem de navios da Marinha dos EUA pelo Estreito de Taiwan revolta China

Publicado 26.02.2019, 09:18
© Reuters. Bandeiras de Taiwan e dos Estados Unidos em Taipei

Por Idrees Ali

WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos enviaram dois navios da Marinha para o Estreito de Taiwan na segunda-feira, e os militares dos EUA estão aumentando a frequência de sua movimentação pela rota marítima estratégica apesar da oposição da China.

A viagem cria o risco de elevar as tensões com a China, mas provavelmente será vista pela autoadministrada Taiwan como um sinal de apoio do governo Trump em meio ao atrito crescente entre Taipei e Pequim.

A manobra coincidiu com o momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que seu país e a China estão "muito, muito próximos" de um acordo para encerrar uma guerra comercial de meses que freou o crescimento global e transtornou os mercados.

A passagem da Marinha dos EUA pelo Estreito de Taiwan também ocorreu poucos dias antes de uma cúpula entre Trump e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un.

"O trânsito dos navios pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos EUA com um Indo-Pacífico livre e aberto", disse a Frota dos EUA no Pacífico em um comunicado.

Os dois navios foram identificados como o destróier Stethem e o navio de carga e munição Cesar Chavez, informou o comunicado. Com 180 quilômetros de extensão, o Estreito de Taiwan separa Taiwan da China.

Pequim expressou revolta com a manobra.

"Nós nos opomos resolutamente aos Estados Unidos realizarem ações provocadoras que não conduzem à paz e à estabilidade no Estreito de Taiwan", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, em um boletim à imprensa nesta terça-feira.

O Ministério da Defesa de Taiwan disse que as embarcações norte-americanas deixaram o estreito e seguiram para o norte.

As Forças Armadas de Taiwan acompanharam a navegação e não perceberam nada fora do comum, por isso não houve motivo de alarme, disse.

© Reuters. Bandeiras de Taiwan e dos Estados Unidos em Taipei

Washington não tem laços formais com Taiwan, mas é sua principal fonte de armas e a lei a obriga a ajudar a defender a ilha-nação. Segundo o Pentágono, Washington vendeu mais de 15 bilhões de dólares em armamentos a Taiwan desde 2010.

A China vem aumentando a pressão para afirmar sua soberania sobre a ilha, que considera uma província rebelde da "China única" e um território chinês sagrado.

As preocupações de Pequim com Taiwan devem pesar consideravelmente no orçamento da defesa chinesa neste ano, e o presidente Xi Jinping ameaçou atacá-la caso não aceite o controle chinês.

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