(Reuters) - O PDT entrou nesta terça-feira com uma ação contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR) por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado, enquanto um grupo de senadores ingressou com representação na Procuradoria-Geral da República (PGR).
As representações têm como base conversa entre Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, divulgada na véspera pelo jornal Folha de S.Paulo, em que o senador sugere que a troca do comando do governo federal, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, levaria a um pacto para frear os avanços da Lava Jato.
Machado e Jucá são alvos da Lava Jato, que investiga um grande esquema de corrupção envolvendo a Petrobras (SA:PETR4), empreiteiras e políticos. Após a divulgação do áudio, Jucá deixou o comando do Ministério do Planejamento até que o Ministério Público se manifeste. Ele nega qualquer irregularidade.
Inicialmente, o senador Telmário Mota (PDT-RR) e o presidente do PDT, Carlos Lupi, haviam assinado denúncia contra Jucá no colegiado, mas decidiram substituir a denúncia por uma representação assinada pelo PDT, para dar maior peso político à iniciativa, de acordo com a Agência Senado.
Em outro movimento contra o peemedebista, que é um dos principais defensores do impeachment, um grupo de senadores de PT, PCdoB, PDT e PPS entrou com representação junto à PGR pedindo que o órgão investigue até que ponto Jucá atuou para interferir na operação Lava Jato e influenciar para o afastamento de Dilma da Presidência.
Também pedem que ele seja impedido de retornar ao Ministério do Planejamento e que, mesmo exercendo o mandato de senador, seja proibido de usar sua função de parlamentar para tentar criar quaisquer obstáculos ao andamento da Lava Jato.
A queda de Jucá, até então homem forte da gestão Temer, foi a primeira baixa do governo do presidente interino desde que assumiu no dia 12 de maio.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)