BRASÍLIA (Reuters) - A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para o crescimento dos gastos públicos é o caminho para a economia voltar a crescer e o governo não aceitará mais a inflação e o desemprego, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em pronunciamento na televisão nesta quinta-feira.
Segundo Meirelles, que usou o pronunciamento para defender a aprovação da PEC que tramita no Congresso, a inflação "saiu do controle e está acima dos limites aceitáveis".
O ministro disse ainda que a confiança está sendo retomada no país e que a proposta preservará os gastos em saúde e em educação.
"É necessário um prazo para ajustar as contas de forma gradual, sem retirar direitos, sem cortar o dinheiro dos projetos mais importantes, aqueles essenciais. Saúde e educação, por exemplo, serão preservados. Estamos criando mecanismos para garantir que essas áreas prioritárias não terão perdas", declarou o ministro.
"Não aceitamos mais inflação e desemprego. Porque os mais pobres é que pagam essa conta. Com a aprovação da proposta que equilibra as contas públicas vamos superar esse momento e recolocar o Brasil no caminho da justiça social com desenvolvimento de verdade."
A tramitação da PEC, que teve texto-base aprovado em comissão especial da Câmara nesta quinta-feira, está sendo acompanhada de perto pelos mercados, já que a proposta é classificada pelo governo como ferramenta fundamental para reverter a trajetória de deterioração das contas públicas e de endividamento do país. A PEC ainda precisa ser aprovada em dois turnos na Casa antes de ser analisada em rito semelhante no Senado.
(Reportagem de Alonso Soto e Marcela Ayres)