RIO DE JANEIRO (Reuters) - O pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira que a Petrobras (SA:PETR4) não pode aumentar os preços dos combustíveis para compensar perdas causadas por casos de corrupção, no mesmo dia em que caminhoneiros realizavam protestos por todo o país contra a elevação dos preços do diesel e que a estatal anunciou nova alta deste combustível.
"Não pode a Petrobras querer tirar o atraso da roubalheira em cima do consumidor... o preço do diesel todo mundo paga", disse ele a jornalistas na Associação Comercial do Rio de Janeiro sobre a política de preços da companhia.
Ao ser questionado sobre sua declaração, o deputado federal, que lidera as pesquisas de intenção de voto nos cenários em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não aparece, complementou: "não se pode quebrar o contribuinte".
"Os caminhoneiros têm vários problemas, como pedágio abusivo, a indústria das multas, estradas, roubo de cargas e os preços dos combustíveis. O grande problema dos combustíveis são os tributos", avaliou.
Bolsonaro atacou ainda o processo de privatização da Eletrobrás, que vem sendo conduzido pelo governo do presidente Michel Temer. Embora tenha dito que precisa conhecer melhor o tema, o presidenciável do PSL declarou que "a princípio reagiria a isso".
"O Brasil não pode ser um país em leilão", disse ele a jornalistas, acrescentando que o país deveria preservar o que chamou de setores estratégicos para o desenvolvimento, colocando o setor de energia entre eles.
Na palestra, Bolsonaro voltou a criticar a venda de ativos brasileiros para grupos chineses, como já havia feito em entrevista à Reuters em setembro.
"Nada contra a China e a relação comercial que temos e que tem que continuar, mas a China não está comprando no Brasil, mas está comprando o Brasil", disse.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)