RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, operação para investigar organização criminosa liderada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral suspeita de pagar propinas mensais a deputados estaduais em troca de apoio na Assembleia Legislativa do Estado, tendo 10 parlamentares como alvos de mandados de prisão.
A chamada operação Furna da Onça apura esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos, principalmente no Detran do Rio de Janeiro, informaram a PF e o MPF em nota.
A ação, um desdobramento da operação Cadeia Velha, conta com 200 policiais federais, 35 membros do Ministério Público Federal (MPF) e 10 auditores da Receita para cumprir 22 mandados de prisão e 47 de busca e apreensão. Dos mandados de prisão, 10 são contra deputados da Alerj.
"Eles são suspeitos de usarem a Alerj a serviço de interesses da organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que em troca pagava propina mensal durante seu segundo mandato (2011-14). De acordo com as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e federais", informou o MPF.
Além do dinheiro, os investigados também eram beneficiados com o loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do Estado, segundo as autoridades. Os ex-presidentes da Alerj Jorge Picciani e Paulo Melo, ambos também do MDB e presos um ano atrás na operação Cadeia Velha, também comandavam a organização, afirmou a PF.
Sérgio Cabral está preso desde 2016 condenado em diversas ações, que somam mais de 100 anos de prisão.
O nome da operação desta quinta-feira faz referência a uma sala localizada ao lado do plenário da Alerj onde deputados se reúnem para ter conversas reservadas antes das votações, de acordo com a PF.
(Reportagem de Maria Clara Pestre)