(Reuters) - A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira 27 mandados judiciais, sendo três de prisão, em diversos municípios do Rio Grande do Norte e em Brasília como parte de operação para desarticular uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, em um aprofundamento das investigações que levaram à prisão do ex-ministro Henrique Eduardo Alves.
A PF informou, em comunicado, que a chamada operação Lavat tem como alvo uma organização que continuou a praticar crimes de lavagem e ocultação de valores mesmo após a deflagração da operação Manus, em junho, em que Alves foi preso por suspeita de participar de esquema de recebimento de propina em troca de benefícios a empreiteiras.
"Durante a análise do material apreendido da Operação Manus, deflagrada em junho deste ano, foram identificadas fortes evidências quanto à atuação de outras pessoas pertencentes a organização criminosa, que continuou praticando crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de valores para o chefe do grupo", afirmou a PF.
A Polícia Federal acrescentou que também foi identificado um esquema de fraude em licitações de diversos municípios do Rio Grande do Norte para alimentar campanha ao governo do Estado de 2014, na qual Alves, do PMDB, concorreu e foi derrotado.
Henrique Eduardo Alves foi ministro do Turismo da ex-presidente Dilma Rousseff e voltou a ocupar o cargo no governo do presidente Michel Temer, mas pouco mais de um mês depois pediu demissão em meio à citação de seu nome por um delator da operação Lava Jato.
Policiais federais cumprem mandado de busca e apreensão no Ministério do Turismo nesta quinta-feira, segundo reportagens.
Em junho, o ex-ministro foi denunciado pelo Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte, ao lado do também ex-deputado Eduardo Cunha, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)