BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta sexta-feira mais uma operação que teve como alvo a realização de mandados de busca e apreensão no escritório do advogado Bruno Mendes, ligado ao líder do PMDB do Senado, Renan Calheiros (AL), em um desdobramento da Lava Jato.
A operação Satélite 2, segundo a PF, tem por objetivo coletar provas de crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa, entre outros, em investigações relacionadas a desvio de recursos da Transpetro, conforme nota divulgada pela Procuradoria-Geral da República.
Mendes foi uma das pessoas cuja voz foi captada em gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, um dos delatores da Lava Jato e ex-apadrinhado de Renan.
No encontro, realizado na residência oficial do Senado, presidida na ocasião por Renan, os presentes reclamaram das investigações da Lava Jato.
Em nota, a assessoria de imprensa de Renan Calheiros afirmou que o senador está "tranquilo", porque não cometeu qualquer irregularidade.
"A tentativa de ligar Bruno Mendes a atos ilegais é inócua porque o profissional sempre atuou em conformidade com as leis. Bruno é um advogado digno, respeitado e renomado", acrescentou.
A empreiteira Mendes Junior também foi alvo do cumprimento de mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira.
Ao todo, a ação da PF e do MPF cumpre 10 mandados de busca e apreensão requeridos pela Procuradoria-Geral da República e autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) no curso de um dos mais de 10 inquéritos abertos na corte contra Renan.
As ações correm em endereços residenciais e comerciais em Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, São Paulo e no Distrito Federal. Tem por objetivo, segundo o MP, coletar documentos, equipamentos, mídias e arquivos eletrônicos, aparelhos de telefone, valores e objetos nessas localidades.
(Por Ricardo Brito)