Uma força-tarefa da Polícia Federal, do Ministério Público Federal, da Receita e da Controladoria-Geral da União abriu nesta terça-feira, 10, uma ofensiva para investigar o desvio de emendas parlamentares com o superfaturamento de obras na Bahia. Segundo a PF, a organização criminosa sob suspeita teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos com órgãos públicos só em 2024. Até o momento 15 pessoas foram presas.
Oito servidores públicos foram afastados de suas funções em razão do suposto envolvimento no esquema que "atingiu diretamente" o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), principalmente na Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST- BA), além de outros órgãos.
Batizada Overclean, a Operação cumpre 17 mandados de prisão preventiva e 43 mandados de busca e apreensão em cinco Estados: Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. São investigados supostos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro.
A Justiça baiana também expediu ordens de sequestro de bens no valor de até R$ R$ 162.379.373,30, correspondentes ao 'lucro' da organização criminosa. O bloqueio atinge aeronaves, imóveis de alto padrão, barcos e veículos de luxo.
O inquérito contou com cooperação policial internacional da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos - a Homeland Security Investigations. As investigações revelaram o desvio de recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras, para empresas e investigados ligados a administrações municipais.