RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, ambos do PR, foram presos nesta quarta-feira pela Polícia Federal como parte de uma investigação sobre crimes de corrupção, organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais.
Garotinho foi detido em sua casa na zona sul da capital fluminense, enquanto a mulher foi presa em um endereço do casal no município de Campos, no norte do Estado, um reduto eleitoral da família Garotinho.
De acordo com a Polícia Federal, investigações conduzidas pela PF e o Ministério Público Estadual apontaram que o ex-governador cobrava propina em licitações da prefeitura de Campos e obteve financiamento ilegal para campanhas eleitorais.
Entre os contratos suspeitos há um acordo de 3 milhões de reais firmado por uma "grande empresa do ramo de processamento de carnes" com uma empresa sediada em Macaé (RJ) para prestação de serviços na área de informática, que, na realidade, serviria apenas para o repasse irregular de valores para utilização nas campanhas, afirmou a PF em comunicado.
Uma fonte da Polícia Federal, que pediu para não ser identificada, disse que a empresa de processamento de carnes é a JBS (SA:JBSS3). Procurada, a empresa encaminhou a solicitação para a holding J&F, que, por sua vez, disse que não irá comentar.
Essa é a terceira detenção de Garotinho desde o fim de 2016. Além da investigação atual, o ex-governador é acusado de fraudar um programa social em Campos em troca de votos. No caso de Rosinha, a prisão é a primeira da ex-governadora.
Garotinho se declarou, por meio de nota, vítima de perseguição, e afirmou que as prisões acontecem após denúncias feitas por ele contra o ex-governador Sérgio Cabral, que está preso há um ano.
Anthony Garotinho foi governador do RJ de 1999 a 2002, enquanto Rosinha ocupou o cargo de 2003 a 2007.
(Por Rodrigo Viga Gaier; Edição de Pedro Fonseca)