Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O Palácio do Planalto só irá remarcar a posse da deputada Cristiane Brasil para o Ministério do Trabalho quando --ou se-- conseguir derrubar a liminar que impediu a nomeação no Supremo Tribunal Federal, mas a parlamentar continua como futura ministra, a menos que seu partido, o PTB, decida oferecer outro nome, disse à Reuters uma fonte palaciana.
O presidente Michel Temer ficou reunido com Cristiane Brasil e seu pai, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, até sair a decisão do vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Guilherme de Castro, que manteve a liminar impedindo a posse, discutindo alternativas jurídicas.
Por orientação de Temer, a AGU já preparava um recurso para o STF, em preparação para o caso de a liminar ser mantida, como acabou ocorrendo.
"Vamos esperar derrubar no STF e aí vamos marcar de novo", disse a fonte.
Cristiane, no entanto, continua indicada, a menos que o PTB decida apresentar outro nome.
"O presidente não vai pedir que o PTB traga outro nome, não vai se meter. Essa é uma questão interna do partido", disse a fonte.
Apesar de estar longe de ser unanimidade no PTB, a sinalização do partido ao Planalto é de que não vai haver troca na indicação, a não ser que o STF impeça em definitivo a nomeação de Cristiane.
A filha de Roberto Jefferson foi indicada pelo próprio pai ao presidente Michel Temer na semana passada. Depois de reunião com o presidente, Jefferson saiu do Palácio do Jaburu e já apresentou o nome da filha como definido. A confirmação foi feita na mesma tarde pelo Planalto.
A parlamentar foi indicada depois que José Sarney vetou o nome do deputado Pedro Fernandes (MA) por ter ligações com o governador do Maranhão, Flávio Dino, adversário político do ex-presidente e um dos mais ferrenhos opositores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)