BRASÍLIA (Reuters) - O PMDB remarcou do dia 15 para o dia 17 de novembro seu congresso, mas o encontro, que vai discutir um novo estatuto e um plano do partido para o Brasil, não terá decisões sobre temas mais polêmicos, como a saída do governo, que só poderá ser decidida em março, em uma convenção partidária.
"Houve um mal-entendido. O Congresso está marcado para novembro, com a pauta que já estava aprovada", afirmou Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães, centro de estudos do PMDB responsável por organizar o congresso.
"O PMDB tem várias instâncias decisórias. O que vamos tratar é da pauta aprovada, que é a de mudanças no estatuto e um programa para tirar o Brasil da crise, retomar o crescimento e estancar a perda das conquistas econômicas e sociais com a atual política econômica", acrescentou.
Setores do partido, comandados pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha – que rompeu com o Palácio do Planalto – defendiam o uso do Congresso para que o PMDB desembarcasse do governo, mas fontes ouvidas pela Reuters confirmam que essa ainda é uma posição minoritária e usam o estatuto para adiar qualquer decisão e minimizar o impacto de qualquer proposta a ser aprovada no congresso.
Apenas a convenção do partido, marcada para março e na qual será escolhida uma nova executiva nacional, tem o poder de decidir se o PMDB fica ou não no governo.
Espera-se que, para além da discussão de um novo estatuto e de um programa, sejam apresentadas e aprovadas moções, que seriam textos tratando de temas fora da pauta. Entre eles, o que pode trazer uma futura decisão de deixar o governo.
"Deve haver pessoas com receio de que se trate livremente de temas inoportunos, mas todos têm direito de defender seus pontos de vista. É útil para o partido", disse Moreira Franco.
(Por Lisandra Paraguassu)