Por Thomas Escritt e Joseph Nasr
BERLIM (Reuters) - Políticos conservadores e sociais-democratas da Alemanha buscaram nesta segunda-feira fortalecer apoio a um acordo para formar um governo de coalizão, após membros de uma ala mais à esquerda do Partido Social-Democrata (SPD) fazerem campanha contra o acordo.
Com muitos dos membros comuns do SPD contrários a se unir novamente com os conservadores da chanceler Angela Merkel, representantes nacionais do partido irão decidir em um congresso no domingo sobre a abertura de conversas formais para renovar a “grande coalizão” que governou a Alemanha de 2013 a 2017.
O líder do SPD, Martin Schulz, de centro-esquerda, pedirá apoio nesta segunda-feira em Dortmund a membros na Renânia do Norte-Vestefália, que irá contribuir com mais de um quarto dos votos no congresso do partido.
Muitos dos apoiadores da base do SPD dizem que o plano de coalizão que foi acertado na semana passada com a aliança conservadora CDU/CSU, de Merkel, reflete muito pouco dos objetivos do SPD, e que o partido deveria se reinventar na oposição.
Em afirmações aparentemente destinadas a acalmar oponentes ao acordo, o governador conservador da Renânia do Norte-Vestefália, Armin Laschet, disse nesta segunda-feira que o plano será mais refinado.
Mas esta concessão parece pouco provável de conquistar ativistas do SPD no Estado, que dizem que o acordo preliminar faz muitas concessões, contendo nenhuma promessa de aumentar impostos sobre mais ricos ou abolir o sistema de seguros de saúde público-privado em troca de um único “seguro do cidadão”.
Caso Schulz fracasse em persuadi-los, as conversas podem desabar, aprofundando o clima de incerteza política que tomou conta da maior economia da Europa desde que uma tentativa anterior de Merkel de formar uma coalizão de três vias com dois partidos menores fracassou em novembro.
No sábado, a ala mais à esquerda do SPD iniciou uma campanha para que a legenda não renove a coalizão com o governo conservador de Merkel.
(Reportagem adicional de Joern Poltz, em Munique)