Por David Brunnstrom
NOVA YORK (Reuters) - A China e os Estados Unidos continuarão a desenvolver relações positivas independentemente de quem vencer a eleição presidencial de novembro, disse o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, a um fórum econômico em Nova York na terça-feira.
Li não quis dizer qual candidato prefere.
O republicano Donald Trump ameaçou impor tarifas a produtos chineses e pressionar por negociações comerciais mais rígidas se for eleito. Sua rival democrata, Hillary Clinton, mudou de abordagem em relação ao comércio, voltando atrás no apoio que havia oferecido a um pacto comercial com países da região do oceano Pacífico.
Os dois candidatos vêm criticando a reivindicação de território contundente de Pequim sobre o Mar do Sul da China, um foco de tensão em potencial na Ásia e uma causa de fricção significativa nas relações entre chineses e norte-americanos.
Li, que se encontra em Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que a eleição dos EUA é um assunto interno do país, por isso o que pode dizer é muito limitado, mas observou: "Não importa quem seja eleito na eleição presidencial dos EUA, acredito que os laços China-EUA irão continuar a crescer continuamente e em uma direção positiva".
O premiê reagiu às queixas de líderes empresariais estrangeiros a respeito do acesso restrito ao mercado chinês dizendo que a China está aberta ao investimento do exterior, embora alguns setores econômicos ainda não estejam maduros.
"Este processo de eles se tornarem mais maduros também é um processo para eles se abrirem, e as áreas da economia chinesa abertas ao investimento estrangeiro só irão crescer, a China só irá abrir sua porta ainda mais. A porta não irá fechar", afirmou.
Referindo-se ao Tratado de Investimento Bilateral entre Washington e Pequim, que vem sendo negociado há tempos devido aos desentendimentos sobre o acesso a setores que os dois lados consideram delicados, Li disse que, contanto que os dois países tenham uma abordagem forte e pragmática, serão capazes de chegar a um acordo mutuamente benéfico.
Como exemplo da disposição chinesa para abrir seus mercados, Li disse que a China decidiu designar um banco de investimento chinês como banco de compensação para negócios em yuan em Nova York e que dá as boas vindas a bancos estrangeiros da cidade que cumpram os requisitos para se tornarem bancos de compensação para a moeda.