Por Andrea Hopkins
OTTAWA (Reuters) - Quando o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, visitar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira, irá tentar nutrir os laços econômicos e ao mesmo tempo evitar as tensões derivadas de temas como a imigração, a respeito da qual os dois discordam acentuadamente.
Trudeau adotou uma abordagem discreta em relação a Trump, republicano que fez campanha prometendo endurecer as políticas imigratórias dos EUA e renegociar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês), que firmou com o Canadá e o México.
Antes do encontro desta segunda-feira na Casa Branca – o primeiro entre os dois líderes desde que Trump tomou posse no mês passado –, Trudeau disse esperar que ambos "encontrem muito terreno em comum".
Em uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira, Trudeau ainda disse que buscará "defender e demonstrar os valores canadenses", mas fazê-lo "respeitosamente, e não de um ponto de vista ideológico".
O compromisso assumido por Trump de renegociar o Nafta irritou as autoridades canadenses, embora ele tenha escolhido o México como alvo de suas críticas ao acordo de livre comércio, que classificou como exterminador de empregos em seu país. O Canadá envia 75 por cento de suas exportações aos EUA.
Os detalhes de uma conversa telefônica tensa entre Trump e o premiê da Austrália, Malcolm Turnbull, no mês passado também causaram desconfiança.
O jornal Washington Post, citando autoridades norte-americanas não identificadas, relatou que Trump encerrou a conversa abruptamente e disse ter sido "de longe a pior ligação" que fez a um líder estrangeiro, embora a Austrália seja um firme aliado de Washington há tempos. No Twitter, Trump classificou um acordo de troca de refugiados com os australianos de "idiota".