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Presidente do TRF reúne-se com Cármen Lúcia para tratar da segurança do julgamento de Lula

Publicado 15.01.2018, 19:30
© Reuters. Presidente do STF, Cármen Lúcia, no tribunal em Brasília, Distrito Federal

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, reuniu-se na manhã desta segunda-feira com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, para falar sobre o julgamento de recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo uma fonte familizarizada com o assunto.

Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro no processo referente ao tríplex no Guarujá e o julgamento do recurso da defesa, pela 8ª Turma do TRF-4, está marcado para a quarta-feira da próxima semana em Porto Alegre (RS), cercado de expectativa.

Uma decisão do colegiado contrária a Lula poderá impedir uma nova candidatura do petista, atual líder de pesquisas de intenção de voto em todos os cenários.

A reunião, marcada com a presidente do STF a pedido do desembargador, tinha por objetivo principal tratar da segurança do julgamento do ex-presidente, segundo a fonte. O encontro durou uma hora e, na saída, Thompson Flores não quis falar com a imprensa, quando foi abordado por jornalistas. Disse apenas que, qualquer informação sobre o encontro seria prestada pelo Supremo.

Mais tarde, nota publicada no site do STF à tarde informou que os dois conversaram sobre questões relacionadas à integridade dos prédios do Judiciário e à segurança de magistrados, sem mencionar o julgamento do ex-presidente. Segundo a nota, eles também abordaram questões relacionadas ao cadastro nacional de presos, que deve estar concluído até o meio do ano.

Depois do encontro no STF, o presidente do TRF-4 almoçou com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, e no final da tarde teria um encontro com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

São esperados protestos de apoiadores de Lula nas imediações do tribunal e o próprio TRF-4, como medida preventiva de segurança, decidiu alterar o horário de expediente e suspender prazos processuais nos dias 23 e 24 de janeiro, véspera e dia do julgamento, respectivamente.

AMEAÇAS

A presidente do STF também recebeu nesta manhã a visita dos presidentes da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), os juízes Roberto Carvalho Veloso e Guilherme Guimarães Feliciano.

Segundo nota do Supremo, eles disseram ter vindo demonstrar apoio aos integrantes do TRF-4, em razão de notícias de ameaças motivadas pelo julgamento da apelação de Lula.

"Diante das ameaças e pressões que estão sofrendo, queremos prestar nossa solidariedade aos magistrados do TRF-4 para que possam julgar com independência e segurança”, afirmou o presidente da Ajufe.

Os representantes das duas associações informaram que enviarão ofício ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para solicitar providências em relação à proteção do prédio do tribunal e à segurança dos desembargadores e seus familiares.

Salientaram ainda que o direito a manifestação deve ser preservado, mas atos de violência e depredações transbordam esse direito e não devem ser tolerados. O CNJ, que também é presidido pela ministra Cármen Lúcia, tem um departamento exclusivo para tratar da segurança de juízes e desembargadores.

© Reuters. Presidente do STF, Cármen Lúcia, no tribunal em Brasília, Distrito Federal

(Reportagem de Ricardo Brito) 2018-01-15T210928Z_1_LYNXMPEE0E1FU_RTROPTP_1_POLITICA-TRF-REUNIAOSTF.JPG

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