SÃO PAULO (Reuters) - Integrantes da tropa de choque lançaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral nesta sexta-feira para dispersar um protesto violento contra o aumento nas tarifas do transporte público em São Paulo.
Imagens da televisão mostraram pequenos grupos de jovens mascarados jogando pedras contra policiais no centro da cidade, em meio a amontoados de lixo incendiados. Alguns manifestantes quebraram janelas de ônibus e vandalizaram agências bancárias.
Muitos moradores de São Paulo estão inconformados com o aumento nas tarifas de transporte, em um momento que a inflação oficial supera a casa dos 10 por cento.
Mais de 1,5 milhão de brasileiros perderam seus empregos nos 12 meses até novembro, em meio a maior recessão vivida pelo país em mais de 25 anos.
O protesto reuniu milhares de pessoas no centro de São Paulo e rapidamente se tornou violento quando jovens mascarados começaram a jogar pedras contra policiais. Não havia informação imediata sobre presos ou feridos.
Policiais também enfrentaram manifestantes no Rio de Janeiro nesta sexta. Imagens da televisão mostraram mascarados pichando um ônibus e quebrando a janela do veículo.
Essas cenas trouxeram lembranças dos protestos que tomaram o país em 2013, deflagrados pela contrariedade em relação ao aumento das tarifas de transporte, que levaram um milhão de pessoas às ruas do país.
As manifestações acontecem em um momento que a presidente Dilma Rousseff, que sofre com baixa popularidade em meio à recessão econômica e a um esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato, enfrenta a possibilidade de abertura de um processo que pode resultar em seu impeachment no Congresso.
Alguns analistas políticos afirmam que o humor das ruas em relação ao governo Dilma pode desempenhar um papel importante no resultado de um processo de impeachment.
(Reportagem de Alonso Soto)