Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O PSB cancelou a reunião do Diretório Nacional que ocorreria na próxima segunda-feira e deixará a decisão sobre quem apoiará na corrida presidencial para o dia 5 de agosto, quando ocorre a convenção do partido, prolongando o suspense que permeia a disputa pela Presidência da República.
A tendência, segundo uma fonte que acompanha as negociações, continua favorável a uma aliança com o PDT de Ciro Gomes, mas o cancelamento da reunião responde à pressão de dois importantes Estados para a sigla: São Paulo e Pernambuco.
Desde a desistência de seu candidato preferencial ao Planalto, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, o PSB vem sendo cortejado por outros partidos, especialmente PT e PDT.
Ciro afirmou que “acende uma vela todos os dias” para concretizar uma aliança com o PSB, e seu partido ofereceu apoio aos socialistas em quase uma dezena de disputas estaduais. Eventual aliança com Ciro encontra ressonância em boa parte da sigla, mas há divergências que não podem ser desconsideradas.
A proposta esbarra em São Paulo, onde o governador candidato à reeleição, Márcio França (PSB), ligado ao presidenciável tucano Geraldo Alckmin, de quem foi vice-governador, prefere a neutralidade.
Em Pernambuco, o PT ofereceu a retirada da candidatura de Marília Arraes, o que facilitaria a tentativa de reeleição do socialista Paulo Câmara, em troca de apoio do PSB na disputa presidencial.
Diante do quadro, que já vinha se apresentando desde o final do mês de junho, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, tem defendido que uma posição de neutralidade seria prejudicial ao partido.