BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O PSB decidiu nesta terça-feira, em reunião da Executiva Nacional, apoiar a candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República, mas deixará os diretórios de São Paulo, Distrito Federal e Sergipe definirem seu posicionamento.
Segundo o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, ao decidir pelo apoio a Haddad, o partido sugeriu que o petista encampe uma candidatura que englobe as forças democráticas do país, e que incorpore programas e ideias de todos os que se juntarem nessa frente.
“O PSB acaba de aprovar uma resolução em que define o seu apoio no segundo turno da eleição presidencial ao candidato Fernando Haddad, propondo que se forme uma frente democrática contra uma candidatura que representa um extremo oposto”, disse o presidente do partido.
“Não estamos apoiando o candidato do Partido dos Trabalhadores, nós estamos apoiando um candidato que vai enfrentar, que vai conduzir e vai liderar uma frente democrática tentando chegar à Presidência da República”, acrescentou.
Siqueira defendeu que o petista procure “todas as forças democráticas do nosso país, todos os democratas, todos os nacionalistas, todos os homens e mulheres de bem que amam a liberdade e que querem a preservação da liberdade em nosso país”.
Em entrevista coletiva em São Paulo, Haddad comemorou a decisão do PSB de anunciar apoio à sua candidatura ao Palácio do Planalto, afirmando se tratar de uma "grande notícia".
O PSB, que no primeiro turno das eleições havia aprovado, em congresso do partido, um veto a qualquer apoio a Jair Bolsonaro (PSL), encontrava-se entre a cruz e a espada principalmente no Distrito Federal e em São Paulo.
Há o temor de desgaste eleitoral, na esteira do antipetismo, aos candidatos Rodrigo Rollemberg (DF) e Márcio França (SP), onde o candidato do PSL teve votação expressiva.
O PSB também disputa o segundo turno no Amapá, com João Capiberibe, e Sergipe, com Valadares Filho.
No Amapá, onde PSB e PT já estavam coligados no primeiro turno, a votação nos dois candidatos ao Planalto foi menos díspare. Em Segipe, Haddad conseguiu mais votos que Bolsonaro.
PSOL
Também na entrevista coletiva em São Paulo, Haddad esteve ao lado do candidato derrotado do PSOL à Presidência, Guilherme Boulos, que na segunda já havia anunciado apoio ao petista.
Boulos formalizou o apoio e disse que o PSOL pediu a inclusão de medidas no programa de governo petista, como a punição de empresas que não paguem salários iguais para homens e mulheres, a demarcação de terras indígenas e quilombolas e o fim de privilégios como o auxílio-moradia de juízes.
"Nós sempre tivemos lado e coerência e não titubeamos em declarar nosso apoio integral ao Hadadd porque ele representa o lado da democracia e dos direitos sociais", disse Boulos ao lado de Haddad.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Lisandra Paraguassu)