BRASÍLIA (Reuters) - A bancada do PSDB na Câmara pediu de volta a vaga ocupada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pelo deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, mas o presidente do colegiado, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), garantiu que o deputado permanecerá na relatoria.
Bonifácio continuará como relator ocupando uma vaga do PSC na CCJ.
"Indico o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) para integrar, como membro suplente, a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania - CCJC - em substituição ao deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)", diz nota assinada pelo deputado Professor Victório Galli, líder do PSC, endereçada ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Pouco antes, também em nota, o presidente da CCJ justificava a manutenção de Bonifácio na relatoria.
“A escolha do deputado federal Bonifácio de Andrada teve critérios próprios e já amplamente divulgados, sem motivação partidária. Portanto, ele permanecerá relator caso se mantenha na CCJ pelo PSDB ou qualquer outro partido”, disse Pacheco.
Bonifácio reuniu-se mais cedo com lideranças do PSDB e o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), ocasião em que o relator foi informado da intenção do partido de desligá-lo da vaga na CCJ.
“Colocamos para ele (Bonifácio) a dificuldade –-e ele entendeu essa dificuldade-– que existe de ele relatar essa matéria pelo PSDB em função das divergências internas que nós temos na bancada”, disse o líder tucano na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli (SP).
Pelas regras regimentais, os partidos --e não os deputados-- é que detém as vagas nas comissões. O PSDB, que passa por uma divisão interna cada dia mais evidente, decidiu nesta quinta-feira sugerir que Bonifácio seja acolhido por outra sigla para seguir relatando o caso após reunião de dirigentes do partido com o deputado.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)