(Reuters) - Cotado como possível plano B para a candidatura do PT à Presidência da República, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse nesta quarta-feira que o partido segue confiante em registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 15 de agosto, apesar da prisão do petista.
"O PT só aposta no presidente Lula. Não há outra discussão no partido, isso aqui não é uma visita protocolar, é uma reafirmação, dia 15 de agosto a decisão da Executiva está tomada, é uma decisão coletiva. A confiança no presidente Lula e na sua inocência é total da nossa parte", disse Haddad a jornalistas em Curitiba, durante ato em defesa de Lula.
O ex-presidente está preso na capital paranaense desde a noite de sábado, depois de se entregar à Polícia Federal. Ele foi condenado pelo juiz Sérgio Moro por corrupção e lavagem de dinheiro a 12 anos e 1 mês de prisão no caso do tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo.
Simpatizantes de Lula fazem manifestações e muitos ocupam as ruas próximas à sede da PF em Curitiba em apoio ao ex-presidente.
"Pretendemos manter essa vigília o tempo que for necessário. Nós não vamos esmorecer, pelo contrário, essa movimentação vai adensar, inclusive internacionalmente", afirmou Haddad.
O ex-prefeito de São Paulo aposta em julgamento no Supremo Tribunal Federal (SFT) de ações sobre prisão em segunda instância para que Lula seja libertado.
Na terça-feira, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, aceitou pedido para adiar, por cinco dias, o julgamento que poderia ocorrer nesta quarta-feira que pretende rediscutir o entendimento da corte sobre a execução da pena após condenações em segunda instância.
"Confiamos que o processo vai avançar, de esclarecimento da população, que os tribunais superiores vão poder se manifestar em função dos recursos que a legislação prevê", disse Haddad.
CIRO
Segundo o ex-prefeito, existe "uma unidade muito grande" de partidos "em torno da questão democrática", citando o pré-candidato a presidente pelo PDT Ciro Gomes.
"Ciro é um interlocutor permanente do campo progressista, o PDT está em contato permanente com o PT. Ele tem a agenda dele, mas sabemos do sentimento de solidariedade que une o Ciro a essa plataforma", afirmou o petista.
Ciro tem sido criticado por não ter pelo menos enviado um representante ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula ficou por dois dias após saber da ordem de prisão.
(Por Tatiana Ramil, em São Paulo)